Nunca tive um cérebro muito matemático e nunca levei jeito pra ciências exatas. Desde os primeiros anos de colégio, na longínqua época de Estudos Sociais, eu sempre fui muito melhor naquelas matérias que eram abertas para interpretação. E a minha vida pessoal nunca foi muito diferente da vida acadêmica.
Por mais que eu tente, nunca consegui decidir nada baseado simplesmente nos fatos, no que é concreto, na verdade que está diante dos meus olhos e que se recusa a ir embora. Sempre dei mais importância ao que o meu coração, ou no caso, ao que aquela maldita parte emocional do cérebro, me mandava fazer! Por essa razão, eu nunca fui muito bem sucedida nas minhas tentativas de cortar pessoas da minha vida. Depois de dar centenas de chances, e ser decepcionada em todas elas, eu finalmente conseguia... mas mais por orgulho ferido do que por qualquer outra razão. No entanto, o sofrimento que resultava disso era, e continua sendo, algo indescritível....
Nessas horas de indecisão, de perfeita consciência de que algo está profundamente errado e de instintos disparando alarmes internos avisando do perigo iminente, eu gostaria mais do que tudo de que na vida, assim como na matemática, 2 + 2 fossem sempre igual a 4. Seria um mundo tão simples, tão exato, tão imutável... e eu não precisaria me preocupar com conseqüências, poderia jogar fora esse medo de arrependimento que tanto me aflige, porque as minhas decisões em nada mudariam o resultado final. Afinal, a ordem dos fatores não afeta, nunca, o produto.
Onde está Pitágoras quando se precisa dele?