June 9, 2007

Rio de Janeiro Love Blues

Às vezes acho que Carioca deveria ser uma nacionalidade, pelo menos pra mim! Pode soar como arrogância, mas eu gosto do fato que as pessoas aqui não sabem onde eu nasci, e que Brasil é o último país a passar pela mente delas. Normalmente adivinham Russa, Alemã, Inglesa, Neozelandesa ou algum outro país famoso pela brancura de sua população. Nunca tive muito orgulho de dizer que sou Brasileira, por motivos que nem eu sei bem, mas sempre enchi a boca pra dizer que nasci e cresci no Rio de Janeiro. O amor que eu tenho por essa cidade, amor esse que eu não tenho pelo país em si, é algo inexplicável.


O Rio de Janeiro corre nas minhas veias, e nunca encontrei cidade com que me identificasse mais. Talvez seja fruto da familiaridade, da certeza de conhecer cada cantinho do Rio, de já ter andado por suas ruas em todos os momentos do dia e de saber exatamente onde encontrar cada coisa. Talvez seja a beleza natural da cidade, com suas praias e montanhas que a tornaram tão famosa e tão amada por turistas do mundo todo. Talvez seja o calor humano do Rio, a sensação de ser bem recebido em qualquer lugar, de sempre encontrar um simpático estranho, seja no ônibus, na fila do banco ou no barzinho mais próximo. Talvez sejam apenas as memórias maravilhosas que essa cidade me proporcionou - memórias povoadas por pessoas incríveis, capazes de transformar uma caminhada ao final da tarde em uma experiência fantástica, que um ano longe não conseguiu diluir. No final das contas, talvez sejam todas essas coisas juntas, partes de um quebra cabeça que, quando montado, mostra a mais perfeita figura de um lar que eu já conheci.


Tom Jobim falou tudo: Rio, você foi feito pra mim!

June 6, 2007

I always wanted to be a Tenenbaum.


A minha vida toda eu sempre soube que a minha família não era normal, mas de uma maneira excêntrica e divertida, como um filme do Wes Anderson. A tia que inventa que a sobrinha teve trigêmeos enquanto morava nos Estados Unidos, simplesmente porque não queria ser a única da vila a não ter netos. O tio que some por quatro anos porque decidiu que queria conhecer o Tibet e aprender sobre ervas, medicinais e outras nem tanto. A avó que sente uma leve dor de cabeça e apavora a família toda dizendo que estava com aneurisma. O pai que faz uma viagem internacional de quase nove horas para assistir a final do Campeonato Carioca. O mesmo pai que, aos cinqüenta e dois anos, decide comprar uma bateria porque diz ser relaxante.

O mais fantástico é que, mesmo depois de conviver com pessoas assim por quase vinte e dois anos, eu ainda consiga me surpreender. Não consegui evitar a gargalhada que tomou conta de mim quando meu pai me informa que estaria viajando pro Arizona (uma viagem que dura quase dez horas) depois de inventar uma conferência com um cliente pura e simplesmente porque estava com vontade de comer em um determinado restaurante. E depois ele ainda espera ser levado a sério.