February 14, 2009

going through the motions


“Christina continued searching, certain only of what she did not want.”


Eu não sei ao certo o que quero. Talvez você tenha razão – talvez eu esteja, de fato, fugindo. Talvez eu queira apenas algo diferente do que tenho hoje, talvez meus sonhos existam apenas porque são inalcançáveis. Sei apenas que não quero mais essa vida que você me oferece tão livremente, mas que me custa tanto. Sim, eu sou a única responsável, a única culpada pela minha atual situação. Eu reconheci os sinais, pressenti o desastre – mas no final das contas me faltou força, poder ou talvez até desejo de impedir o desfecho. Por favor, aceite que nós somos pessoas diferentes. Não quero a sua vida de conformismo, de inércia, de desespero silencioso. Não quero simplesmente aceitar por medo. Sim, eu tenho medo de tentar e falhar, assim como você, mas não serei nunca escravizada por ele. Por vezes, o medo foi tamanho que me impediu de pensar, de ver com clareza o que realmente quero, de nadar contra a corrente, mas não mais. Eu não sou mais a criança insegura e indefesa que hesita a cada passo, que pede conselhos, que aguarda o cafuné de aprovação. Há tempos aprendi a viver sem você… o difícil agora é viver com você. Cansei de deixar que suas convicções ditassem minha existência, cansei de aceitar suas manias, de abaixar a cabeça enquanto você me prega suas verdades absolutas e me culpa pela minha própria infelicidade. Eu posso ter falhado, mas você também falhou… a culpa de nós dois não é apenas minha.


Você acha que sabe o que é melhor pra mim, mas você nem ao menos sabe o que é melhor pra si próprio. Não quero seguir o seu caminho cegamente até o dia em que não puder mais achar o meu próprio. Prefiro a incerteza do meu futuro do que a certeza do nosso presente. De certa forma, você esteve certo o tempo todo… eu não sei o que quero.


Sei apenas isso: eu não quero simplesmente sobreviver.