Às vezes acho que Carioca deveria ser uma nacionalidade, pelo menos pra mim! Pode soar como arrogância, mas eu gosto do fato que as pessoas aqui não sabem onde eu nasci, e que Brasil é o último país a passar pela mente delas. Normalmente adivinham Russa, Alemã, Inglesa, Neozelandesa ou algum outro país famoso pela brancura de sua população. Nunca tive muito orgulho de dizer que sou Brasileira, por motivos que nem eu sei bem, mas sempre enchi a boca pra dizer que nasci e cresci no Rio de Janeiro. O amor que eu tenho por essa cidade, amor esse que eu não tenho pelo país em si, é algo inexplicável.
O Rio de Janeiro corre nas minhas veias, e nunca encontrei cidade com que me identificasse mais. Talvez seja fruto da familiaridade, da certeza de conhecer cada cantinho do Rio, de já ter andado por suas ruas em todos os momentos do dia e de saber exatamente onde encontrar cada coisa. Talvez seja a beleza natural da cidade, com suas praias e montanhas que a tornaram tão famosa e tão amada por turistas do mundo todo. Talvez seja o calor humano do Rio, a sensação de ser bem recebido em qualquer lugar, de sempre encontrar um simpático estranho, seja no ônibus, na fila do banco ou no barzinho mais próximo. Talvez sejam apenas as memórias maravilhosas que essa cidade me proporcionou - memórias povoadas por pessoas incríveis, capazes de transformar uma caminhada ao final da tarde em uma experiência fantástica, que um ano longe não conseguiu diluir. No final das contas, talvez sejam todas essas coisas juntas, partes de um quebra cabeça que, quando montado, mostra a mais perfeita figura de um lar que eu já conheci.
Tom Jobim falou tudo: Rio, você foi feito pra mim!